Wednesday, September 13, 2006

o q foi

Monday, February 27, 2006

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Horácio pegou uma caneta, começou a fazer traços no papel.Como não parava,consegui canetinhas e marca textos que tinha na gaveta.Dei vários papéis em branco. Esteve fazendo muitos traços sem sentido, por uma hora. O último papel que desenhou foi este. Era como se estivesse fazendo um esforço enorme para falar algo.

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Horácio está engatinhando. Estou deitado na cama.Os dias passam. Vendi minha televisão de manhã, comprei um bloco de anotaçoes. Lá escrevi: meu filho se chama Horácio. Estou cansado. Tenho que ficar. Horácio às vezes me observa, fica me olhando por um bom tempo, como se disesse: temos que conversar. Imagino conversas com meu filho. Nenhuma dá certo. O que se pode conversar com alguém que só viverá por um ano?

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Horácio completou 2 anos hoje. Andre o pegou e o levamos ao parque. Precisava relaxar. Andrea me perguntou porque chamei o menino como eu. Encolhi os ombros e disse que tinha um bisavô chamado Horácio, (por nada). Na tranquilidade das árvores, pensei no futuro. Ontem calculei quantos anos viviria Horácio,se cumprisse o que disse o bilhete. 365 dividido por 4=91.25 anos. Horácio será como um filho,um irmão, um pai e um avô; tudo isso durante um ano.

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Sonhei que estava dormindo em meu quarto. Uma presença estranha se aproximava, eu não podia abrir meus olhos. A presença me dizias coisas em uma língua extranha. O choro do bebê me despertou.

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Alguém passou um papel por debaixo da porta, com a frase: A cada 4 dias,esta “criatura” ficará um ano mais velha.

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Andrea ficou cuidando do menino o dia todo. Necessitamos de um nome para ele. Ontem pensei em o chamar como eu:Horácio. Esse desejo está cada vez mais forte. Algo me diz que é essencial que esse bebê tenha o meu nome, para que a história possa avançar.

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O bebê dorme.De tarde, Andrea me acompanhou à comprar leite,uma mamadeira,fraldas,etc. O mais provável é que amanhã o leve à um orfanato. O menino está maior que ontem. Porém não estou preocupado. Algo curioso:desde que começou o ano, nao leu nenhum jornal. Muito menos ligado a televisão.

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Hoje é 3 de Janeiro. O bebê chora. Seus traços não são parecidos com os meus. De manhã era menor. Porque não levá-lo ao orfanato mais próximo? Mas é 2006 e a única possibilidade de história está no menino. Se não fosse por sua existência,como haveria de continuar os 362 dias restantes?

Friday, February 17, 2006

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De manhã abro a porta da minha casa, e aparece um recém nascido em uma cesta, com um bilhete que diz: este bebê nasceu ontem e morrerá no último dia de 2006.

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365 postagens para os 365 dias do ano. Nesta novela a trama vai de A (1 do Janeiro de 2006) à B (31 de Dezembro de 2006). O personagem agora é so um espaço em branco. Mas logo aparecerá, porém eu mesmo ignoro quem é.